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Seguro para carros é visto como investimento em tempos de crise econômica

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31/08/2017 - Diário de Goiás Por Samuel Straiotto

A crise econômica no Brasil tem como reflexos desemprego e queda na renda das famílias. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 13,5 milhões de trabalhadores terminaram o 1º semestre de 2017 desempregados. Pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 85,9% dos brasileiros se viram obrigados a ajustar o orçamento doméstico por conta da crise econômica. Em tempos de dificuldades, ter um seguro é um gasto ou um investimento?

Protegidos

Petras de Souza faz parte do grupo de pessoas que teve de reduzir despesas, por conta de instabilidade financeira. Ele entende que o seguro para automóvel não é um gasto, mas, sim, investimento. Petras já precisou contar com a ajuda de um seguro e evitou dor de cabeça. Há alguns anos, ele saía da casa de um amigo, após ao almoço, entrou em seu Fiat Siena 2004 e ao trafegar pela Rua Recife, no Setor Alto da Glória, região sul de Goiânia, se distraiu por um momento e bateu o carro na traseira de um Toyota Corolla. Poderia ser um problemão, mas não foi.

Na ocasião, tudo foi resolvido rapidamente. O Corolla estava sendo conduzido por uma mulher. Como o carro dele ficou bastante danificado, não conseguia mais sair do local e, por isso, houve a necessidade de se acionar a Justiça Móvel de Trânsito. A ocorrência foi feita no local. O guincho foi acionado, os veículos foram levados para oficinas credenciadas e de preferência dos envolvidos no acidente.

“O seguro foi importante na minha vida, nunca trouxe transtorno, nunca mais vi aquela senhora, ela tinha meu telefone e tudo mais. Ela não me procurou, imagino que tenha dado tudo certo. Meu seguro me deu um carro reserva por duas semanas. Não tinha ideia no momento da batida da importância de um seguro pra mim, pois teria sérios problemas financeiros. Fui fazer as contas depois e o conserto do meu carro ficou em R$ 6 mil, foram trocadas muitas peças, eu paguei R$ 1,2 mil na franquia”, destacou.

Hoje, Petras de Souza não conta com seguro. Ele argumentou que a crise financeira o prejudicou, mas destacou que em tempo oportuno, assim que as coisas melhorarem, pretende trocar o carro, que na visão dele já está um pouco antigo, e afirmou que a primeira providência será a de fazer um seguro para o automóvel. Petras sabe que em uma cidade grande como Goiânia há grandes riscos como furtos, roubos, acidentes, entre outras situações. Ele reconhece que pode enfrentar problemas caso ocorra alguma situação desfavorável.

“Hoje eu não tenho seguro, infelizmente, pois com a grave crise não consegui continuar pagando. Tenho a atenção redobrada no trânsito, e sei dos riscos de o carro ser roubado, de ser assaltado. Meu carro é um pouco antigo, do ano 2004, pretendo trocar e quando fizer isso, preciso fazer o seguro. Seguro é igual plano de saúde, você faz torcendo para não usar, mas se precisar você está protegido”, explicou.

Outra pessoa que também precisou de um seguro, foi a jovem Thaís Dutra, de 24 anos. Ela saiu de casa no Conjunto Sonho Verde, região Leste de Goiânia, para ir ao trabalho no Centro da capital. Ainda nas proximidades de casa, acabou batendo em uma caminhonete. O condutor foi embora. Porém, o carro de Thaís ficou bastante danificado. Ela acionou o corretor de seguros, que prontamente foi ao local, concedeu toda a assistência necessária. Thaís ficou com apenas com o susto, mas ficou tranquila por estar coberta por um seguro e ter menos prejuízos após o acidente. A jovem entende que fazer um seguro foi um investimento.

“Quando bati, liguei para meu corretor e ele foi até o local, e fez todos os procedimentos. Ele fez tudo pra mim, me encaminhou para a mecânica e me direcionou para um táxi para que eu pudesse trabalhar. Se eu não tivesse seguro o valor que pagaria para consertar meu carro seria duas vezes mais do que paguei na franquia. Foi uma questão muito boa, muito prática. Se fosse sem o seguro, não sei se teria a mesma segurança. Meu dia prosseguiu, fiquei abalada pelo acidente, mas fiquei protegida. Pra mim, o seguro é um investimento”, declarou.

Além da segurança relativa a acidentes, há ainda a proteção contra roubos. Segundo dados da Superintendência Nacional de Seguros Privados (Susep), órgão ligado ao Ministério da Justiça, os modelos de carros mais roubados em todo o Estado de Goiás são Gol, HB20 e Corolla.

De acordo com dados divulgados no final do ano passado no Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Goiás é o Estado com o maior índice proporcional de furtos e roubos de carros em todo o país. Conforme a pesquisa, essa taxa é de 798 crimes para cada 100 mil veículos. Um seguro também ajuda a preservar o patrimônio, ajudando a uma família a não ter gastos para repor um bem perdido.

Guardião

Para que segurados não tenham dor de cabeça, é preciso ter a devida intervenção de um bom corretor de seguros. O que atendeu Thaís Dutra a ajudou bastante, solucionou os problemas em um momento de desconforto. Mariella Alves da Silva é corretora de seguros. Ela trabalha na área há 7 anos e 10 meses.

Ao Diário de Goiás, Mariella disse que a importância de se fazer seguro é de ter a “tranquilidade de o bem estar protegido em um eventual sinistro e proteção financeira do bem”. Para ela, um seguro é um investimento para o cliente e não um gasto como muitos pensam por aí.

Ela destacou que em determinada oportunidade um cliente teve dois pneus estourados na viagem e poderia ter tido uma grande “dor de cabeça”. Mariella explicou que na ocasião, a seguradora atuou dando as condições para que o segurado não tivesse mais problemas

“Em determinada ocasião, um segurado em viagem teve dois pneus estourados na viagem e estava com filho pequeno no carro, neste caso a cia seguradora mandou um guincho para rebocar o carro e mandou um táxi para levar a família, além de água e um lanche”, explicou a corretora.

Mariella disse ainda que geralmente, ao procurar um seguro, as pessoas pedem que seja completo, em uma companhia de confiança e com o preço que caiba no orçamento, sendo assim, que não pese no bolso.

O presidente do Sindicato dos Corretores e das Empresas Corretoras de Seguros, Capitalização e Previdência Privada do Estado de Goiás (SINCOR-GO), Henderson de Paula Rodrigues, explicou à reportagem que o corretor atua como guardião do segurado, pois ele conhece de perto a realidade do seu cliente e o tipo de produto que é mais adequado de acordo com o perfil de cada um.

Henderson de Paula declarou que há a Escola Nacional de Seguros em que o corretor tem a oportunidade para se capacitar e oferecer a melhor condição para o cliente que procura o serviço mais adequado para ele.

“Seguro de automóvel é uma proteção para um risco que você corre diariamente, como furto e roubo. Nós temos em Goiás a Escola de Seguros, o corretor pode ser um guardião das famílias, ele conhece as famílias e a forma de agir no dia a dia, ele tem a capacidade de identificar onde pode correr riscos e dar a maior segurança de acordo com o perfil de cada família”, disse o presidente do SINCOR-GO.

O superintendente de Seguros Privados (SUSEP), Joaquim Mendanha, completou dizendo que o consumidor precisa estar atento quanto à proposta, a seguradora, o corretor. “O produto pode se encaixar em cada perfil, há produtos para diversas classes, para que todos possam ter proteção. Seguro evita dor de cabeça. A indenização de um seguro pode ajudar a fazer tudo voltar à normalidade”, reforçou.

Oportunidades na crise

Para Henderson de Paula Rodrigues, em tempo de crise as pessoas têm tido criatividade para preservar o patrimônio. Desta forma, fazer um seguro pode ser uma oportunidade, sendo um investimento. “Se você, por exemplo, não faz um seguro para seu veículo, as intempéries da economia somado com os riscos aliados no dia a dia, você pode perder seu patrimônio. Seguro é preservação da poupança da família, é preservar investimentos. As pessoas pensam que podem ser gastos, mas são investimentos.”, ressaltou.

Já o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor), Armando Vergílio, argumentou que a contratação de um seguro é boa para o cliente e também para as empresas do ramo. Armando Vergílio explicou que em 2017 a previsão é de um crescimento de até 9% em comparação com o ano passado. No Brasil, há uma estimativa de 14% de crescimento.

“Para uma economia que está em recessão, e que não é uma recessão leve, para um produto interno bruto que está decrescendo, isso é positivo. Poderia ser melhor se a economia do país fosse melhor. O setor de Seguros tem crescido por vários fatores. O primeiro é cultural, em que as pessoas têm se conscientizado da importância e necessidade do seguro, o outro é pelo desenvolvimento de grandes ações”, afirmou.