05/07/2016 - Elton Lyrio | emorati@redegazeta.com.br - A Gazeta

Penalidades serão reajustadas em novembro em até 66%

O empresário Márcio concorda que a punição tem que ser maior para o uso do celular, mas considera o aumento abusivo.

Insistir em beber e dirigir vai pesar ainda mais no bolso do infrator. A partir de novembro, com o reajuste em todas as multas sancionado pela presidente afastada Dilma Rousseff em maio - chegando até a 66% -, a penalidade financeira para quem for reincidente em dirigir embriagado será de R$ 5.869,40. A mudança entra em vigor em novembro.

Para a primeira violação, a multa passa a ser de R$ 2.934,70. Atualmente esse valor é de R$ 1.915,40, dobrando em caso de reincidência da infração, considerada gravíssima. Também poderá pagar esse novo valor quem se recusar a fazer teste de bafômetro, exame clínico ou perícia para verificar presença de álcool ou drogas no corpo.

“Nesse caso da bebida e da direção não houve mudança na infração, mas apenas o aumento no valor da multa, puxado por todas as outras multas que vão subir”, afirma o subgerente de infrações e penalidades do Detran, Filipe Uirandê.

A ingestão de álcool já causou este ano 22 acidentes graves que terminaram em oito mortes e 23 feridos graves nas rodovias federais que cortam o Estado, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Na opinião do presidente da seccional capixaba da Associação Brasileira de Medicina de Trânsito (Abramet), Sandro Rotunno, com as leis cada vez mais duras o brasileiro vai se adequando a não misturar bebida e direção.

“Vejo uma grande mudança de cultura em curso. No futuro, nós vamos ter testes específicos para determinar qual a influência de cada quantidade de álcool no organismo de cada pessoa”, espera.

Ele destaca que, em geral, com pequenas doses o álcool provoca excitação, o que pode fazer com que o motorista acelere mais. Em doses mais altas, o efeito é sobre a capacidade de reflexo, já que o organismo fica mais sonolento.

Os novos valores das multas

Outras multas

Todas as multas de trânsito vão ficar mais caras a partir de novembro (confira os valores no quadro ao lado). As multas básicas não sofriam reajustes desde 2002, quando os valores atuais foram fixados. Os aumentos vão até 66%.

“Há muito tempo as multas não eram reajustadas. Elas estavam muito defasadas. Com a ideia de que dói no bolso, as pessoas acabam se preocupando mais”, diz Filipe Uirandê, do Detran.

A multa máxima passa dos R$ 17 mil, segundo Filipe. Ela é válida para organizadores de ato que usem veículo para interromper deliberadamente o trânsito, infração gravíssima com multiplicador de 60 vezes.

Uso de celular terá a maior alta no valor

Dirigir usando o celular é a infração que terá a maior alta dentre todas as reajustadas. As multas terão aumento após pacote de mudanças sancionado pela presidente afastada Dilma Rousseff, em maio deste ano. Isso porque, além de acompanhar o valor das multas básicas, a infração deixará de ser média para ser gravíssima. Com isso, o valor passa dos R$ 85,13 atuais para R$ 293,47.

A punição agora está mais explícita também para quem usa o celular para teclar ou olhar as redes sociais, já que uma nova redação incluiu o termo “manuseando” no artigo.

“Enviar mensagens ou olhar a internet enquanto dirige é ainda pior do que falar ao celular. Isso porque, na verdade, você não está dirigindo. Você está olhando a tela e o veículo continua em movimento”, diz o médico Sandro Rotunno, da Abramet no Espírito Santo.

“Muitos acidentes sérios e até fatais acontecem por isso”, diz.

Na Capital, a infração de dirigir usando o telefone celular é uma das mais cometidas pelos motoristas que transitam pelas vias da cidade. É o que afirma Marcelo Perozini, gerente de operação e fiscalização de trânsito da Guarda Municipal.