23/05/2013 - DCI - Caio Zinet

Os prêmios de seguros, previdência e capitalização totalizaram R$ 42,834 bilhões no primeiro trimestre de 2013, o que representa um crescimento de 22% em comparação a igual período de 2012, segundo levantamento da consultoria Siscorp feito com base nos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Os dados não contabilizam os seguros de saúde que ficam sob responsabilidade da Agência Nacional de Saúde (ANS).

A Siscorp prevê que o crescimento da indústria de seguros deve se manter no mesmo patamar apresentado em 2012 quando o setor cresceu 22,1% na comparação com 2011. "A nossa previsão de crescimento total da indústria de seguros é de 20%. Se essa previsão se confirmar o setor fechará o ano com um total de R$ 188,4 bilhões em prêmios", afirmou o analista da Siscorp, Flávio Faggion.

O Insurance Market Outlook 2013, estudo preparado anualmente pelo Departamento de Pesquisas Econômicas da consultoria Munich Re, prevê que o Brasil tem potencial para ficar entre os 10 maiores mercados de seguros do mundo até 2020, atualmente o país ocupa a 14ª posição. Mercados como Estados Unidos e Europa devem crescer a uma taxa bem mais baixa principalmente nos próximos dois anos por conta dos efeitos da crise econômica. Enquanto isso, o estudo estima que o Brasil deve manter taxas na casa dos dois dígitos pelos próximos anos.

Em seguros de pessoas, o destaque foi a contratação de planos de previdência na modalidade VGBL, indicada para pessoas que fazem declaração de imposto de renda pelo modelo simplificado, que apresentou crescimento de 32% no primeiro trimestre de 2013 em comparação a igual período de 2012 com R$16,455 bilhões em prêmios.

O analista da Siscorp, Flávio Faggion, acredita que esse aumento do VGBL está ligado a queda na taxa de juros que obrigou os bancos a buscarem outros tipos de investimento para ver suas taxas de lucros mantida no mesmo patamar. "O VGBL é vendido majoritariamente pelos grandes bancos que nos últimos anos intensificaram a busca pela diversificação na carteira", afirmou.

Já no segmento dos seguros gerais o destaque ficou para o aumento nos prêmios contratados para automóveis que totalizaram R$ 6,6 bilhões, crescimento de 23% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Para o CEO da corretora MDS, Hélio Novaes, esse aumento se explica pela manutenção do emprego e da renda em níveis mais altos durante os últimos anos. "A onda de crescimento de crescimento de seguros vem logo atrás da onda geral da economia. Quando o emprego e a renda estão em alta, como agora, o seguro cresce em seguida acompanhando esse movimento", afirmou

"Ninguém acorda um dia e contrata um seguro. No caso de automóveis, por exemplo, quando o sujeito se sente mais seguro no trabalho, ele primeiro financia o carro. Depois de algum tempo ele contrata um seguro para proteger esse carro", afirmou o analista do Siscorp, Flávio Faggion.

Quando considerados os prêmios de seguros gerais, o BBMapfre lidera o setor com um total de R$ 8,5 bilhões e uma fatia de 24% de mercado, o Itaú Unibanco vem em seguida com R$ 6,4 bilhões e 17% do mercado e em terceiro vem o Bradesco Seguro com um total de R$ 6,1bilhões e 16% do total do mercado. As seguradoras Porto Seguro e Zurich estão no quarto lugar com 6% do mercado.